Opinião
A liberdade sexual
Por Rubens Amador
Jornalista
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Creio que todos os que conhecem o trabalho de Sigmund Freud sabem que ele foi um gênio no que se refere ao que pensou sobre a nossa mente, sobretudo no que diz respeito ao estudo do inconsciente. Foi um estudioso que legou às gerações que o precederam - nós- grandes chances de se conhecer muito desse universo extraordinário e tão complexo, como os astros em geral na sua peregrinação no espaço: o nosso cérebro! Em determinado momento de seus estudos, e ante experiências pessoais e de colegas sobre o que no princípio se chamava de histerismo, fixou-se Freud neste lado do ser humano de importância máxima no que se refere a pessoa humana. O sexo, como a fome, o medo, o ódio e outros itens que compõe às nossas personalidades, tem um significado e importância enorme quanto a certas doenças psicológicas.
Depois de ler muita coisa sobre psicanálise, no meu modesto entender de leigo, creio que ao sexo, apesar de sua importância, foi-lhe emprestado um significado máximo como inibidor de certas situações, causador de alterações psicológicas importantes, mas que na ciência do psicologismo o valor que se emprestou a ele foi exagerado. Outros impulsos, diferentes dele, e aparentemente sem com ele ter conotações, são também importantes. A Freud, em determinado momento, e ainda hoje muitos profissionais dão a ele, sexo, uma importância que talvez não seja a definitiva, quando dizem que a repressão sexual é a causa de tudo. Repito, penso que há certo exagero na importância dessa repressão, no sentido social, como foi no passado.
Havia, entre as pessoas, o estágio do namoro, do noivado e do casamento. Defendia Freud que a repressão sexual seria um fulcro importante na existência das doenças mentais. Tal ideia ante experiências suas, como no caso que tratou da "famosa Ana O", o fazia crer que havia um tabu sexual, em expressão dele. O que pretendo aqui dizer é que hoje já se nota que boa parte do pensamento freudiano é definitivo. A liberdade sexual está sendo praticada finalmente. Sexo hoje já não é tabu. As criaturas se juntam, passam a conviver, sem que a instituição do casamento como se ordenou na sociedade do passado seja respeitada. Hoje é aceito o casamento de homem com homem e de mulher com mulher. As convenções sociais que vão para o inferno, o que deve prevalecer ante o progresso freudiano é que as pessoas atinjam a felicidade a qualquer custo!
Mas, e aqui está o motivo deste pretensioso artigo, é que é preciso que se observe que, junto a tal liberdade sexual - total - de hoje, e que presumivelmente traria a felicidade e a harmonia psicológica para as pessoas, surgiu algo que não havia, e que nasceu após - somos todos testemunhas - junto com a liberdade sexual veio algo que não havia com tanta quantidade e brutalidade: a violência! Parece que o ser humano transferiu certa carga de um lado, para outro, em suas almas. Realmente, o nosso cérebro é um universo que ainda carecerá de estudos por muitos e muitos anos, a despeito de tudo, partindo sempre do que Freud descobriu.
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